Uma última selfie antes de morrer…
Se há um cenário de perigo, uma tempestade, ondas gigantes, um comboio prestes a passar na linha ou um edifício vertiginoso, porque não tentar captar um auto-retrato num destes cenários?
É este o pensamento de muitos de nós, mas este pensamento está a provocar mortes em tudo o mundo… tudo por uma selfie perfeita.
Se por um lado as selfies permitem que nos enquadremos nos mais diversos cenários, a qualquer hora do dia, a moda dos autor-retratos poderá estar a ser interpretada de forma perigosa um pouco por todo o mundo.
Desde 2014, pelo menos 49 pessoas, um número recolhido pelos registos da comunicação social, perderam a vida quando tentavam tirar apenas mais uma selfie. Quedas de alturas elevadas, atropelamento por carros e comboios, e afogamentos são as principais causas de morte destes fotógrafos do perigo.
Em Portugal temos o registo de duas mortes nestas circunstâncias no Cabo da Roca em Sintra, quando um casal decidiu ultrapassar a zona de segurança para aquele que acabou por ser a sua última imagem.
Mas este é um cenário ainda mais preocupante a nível global, com 19 casos de mortes registadas na Índia, 7 na Rússia e 5 nos Estados Unidos.
Os homens que desafiam o perigo
No estudo apresentado pelo Statista, são os homens que mais têm perdido a vida com estas aventuras, 73,5% do total de mortes registadas, pelo que também se conclui que são estes os que mais arriscam na hora de captar uma selfie em cenário de perigo.
Porque arriscam a própria vida por uma fotografia?
A resposta mais directa que pode existir é a de que as pessoas se gostam de exibir. Gostam de mostrar que enfrentaram o perigo. É por isso que assim que captam a imagem perigosa a publicam logo nas redes sociais.
Segundo um investigador do fenómeno, Jesse Fox, esta é uma questão de necessidade de uma quase aprovação social. Recorde-se o caso do jovem russo que se popularizou no Instagram com as suas fotos captadas em ambientes de alto risco e que acabou por falecer quando se preparava para mais uma selfie.
Mas por essas redes sociais fora há imensos retratos de quem arrisca diariamente a vida e de quem ganhe dinheiro com isso, incentivando, de certa forma, o crescimento do fenómeno.
Durante o fim-de-semana, em Portugal, voltámos a assistir a pessoas que, mesmo sob os vários avisos das autoridades do perigo do estado do mar, se deslocaram à costa para tirar uma fotografia com perigo como cenário.
eles podem continuar morrer por uma selfie e eu continuo a não interesar-me.