Qual é a cidade mais habitável do mundo? A resposta não é assim tão simples
Após sete anos no topo da tabela, Melbourne está a enfrentar o vice-campeonato de Viena, depois de ter perdido o título de cidade mais habitável.
Afinal, qual é a cidade mais habitável do mundo?
Estes rankings são baseados no Global Liveability Index do Economist Intelligence Unit, que avalia, tendo em conta os países de todo o mundo, “quais é que oferecem melhores ou piores condições de vida”.
O índice global considera fatores que importam aos expatriados e não aos cidadãos, uma vez que davam inicialmente prioridade ao grau de dificuldade que existia a quem se mudasse para esse lugar.
Claro que esses fatores são diferentes para pessoas que vivem nas cidade. É tido em conta o aspeto da acessibilidade no geral, acessibilidade da moradia, o acesso a transportes públicos, acesso à educação e o número de ciclovias.
O que mede o índice?
O Global Liveability Index do The Economist utiliza 30 indicadores para medir cinco categorias de habitabilidade: estabilidade, saúde, cultura e meio ambiente, educação e infraestrutura.
Dos 30 indicadores, 26 baseiam-se no julgamento por especialistas nacionais e um correspondente de campo localizado em cada cidade, tornando a avaliação quase subjetiva.
Esses críticos desconhecidos classificam as cidades como aceitável, tolerável, desconfortável, indesejável ou intolerável.
Por exemplo, a categoria de “estabilidade” inclui crimes, ataques terroristas e distúrbios civis, representando 25% da pontuação total da qualidade de vida.
Este é um dos indicadores que poderia ser objetivo. No entanto, recebe ainda uma classificação dos especialistas envolvidos.
A categoria de “infraestrutura” inclui a qualidade dos transportes públicos e estradas, ligações internacionais e qualidade do fornecimento de água e telecomunicações.
Dos 100, Melbourne, Syndey e Adelaide são considerados cinco pontos menos estáveis, quando comparados a Viena, Osaka e Toronto. Mas não há informação que esclareçam de que forma os especialistas chegaram a esta conclusão. Isso, porque não há dados gratuitos sobre as qualificações dos juízes, ou a forma como os indicadores de cada categoria são ponderados.
O que o índice não mede
O índice não considera a distribuição da qualidade de vida. As cidades de Sydney e Melbourne ganharam pontos na categoria “infraestrutura”. Embora seja verdade para os habitantes do centro da cidade, o mesmo não acontece na periferia das cidades. Desta forma, o índice não considera se a qualidade de vida está disponível a toda a população de igual forma.
A sustentabilidade ambiental de cada cidade também não é tida em conta pelo índice. Um estudo, que comparou a pontuação de habitabilidade das cidades com a sua pegada ecológica, descobriu que a de Viena é quase metade da de Sydney, Melbourne e Brisbane. Contudo, nenhuma dessas cidades foi considerada sustentável.
Melhores medidas de habitabilidade
Se o objetivo for realmente criar cidades habitáveis, que promovam a qualidade de vida dos cidadãos, são necessárias medidas objetivas e transparentes.
Assim, inclui-se segurança, sustentabilidade ambiental, moradias acessíveis e diversificadas, ligadas por transportes públicos, infraestruturas de caminhada e ciclismo para o emprego e as comodidades necessárias para uma vivência diária.
Estas medidas são baseadas em investigações sobre o que afeta a saúde e o bem-estar das comunidades.
Todos os níveis de governo devem concentrar-se na criação e implementação de políticas que melhorem a habitabilidade das cidades para os seus residentes.
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