Luas internas de Saturno parecem-se com raviolis e batatas | Pplware Kids

Luas internas de Saturno parecem-se com raviolis e batatas

A nossa Lua é esférica, tem um aspeto de “bola de golfe”, mas nem todas as Luas são assim.

Segundo uma nova investigação da Universidade de Berna, na Suíça, as Luas internas de Saturno têm um aspeto estranho, a sua aparência faz lembrar raviolis e batatas. Mas, ao que tudo indica, já há uma explicação para isso.


A investigação mostrou que esta aparência “tosca” pode ser explicada pelas fusões de minúsculas Luas. Isto poderá levar-nos a perceber realmente como, em geral, se formam as Luas.

 

Teoria genérica da formação de luas saturnianas

A sonda Cassini, que estudou Saturno de perto durante 13 anos, revelou que as pequenas Luas próximas ao planeta tinham formas estranhas e irregulares, ao contrário da forma esférica do nosso satélite natural.

Alguns exemplos desses bizarros formatos são a forma de “ravioli” de Pan e Atlas, ou a forma de “batata” de Prometeu.

Foram colocadas várias questões em torno deste formato, algo nada “normal” dentro da normalidade instável do que são os corpos celestes que observamos a uma grande distância.

Anteriormente, foram dadas algumas possíveis respostas para justificar o aspeto destas Luas. Contudo, este novo estudo consegue uma explicação que engloba toda a gama dessas formas incomuns.

A equipa do estudo realizou simulações computacionais da evolução das Luas, levando em conta os poderosos efeitos da força gravitacional de Saturno.

A massa de Saturno é 95 vezes maior que a da Terra, e as Luas internas do planeta orbitam-no a uma distância de menos da metade daquela entre o nosso planeta e sua Lua.

Esse cenário levará a que as Luas internas de Saturno experimentam enormes forças de maré. Além disso, a poderosa atração gravitacional do planeta torna improvável que elas se tenham formado por acréscimo gradual de material em torno de um núcleo, que é o cenário “padrão” para a formação de corpos celestes.

 

Colisões entre minúsculas Luas

Em vez disso, os investigadores descobriram que as Luas internas de Saturno provavelmente formaram-se através de uma série de colisões entre minúsculas Luas, conhecidas como “cenário piramidal” de formação de corpos celestes.

Se esse for mesmo o caso, a descoberta tem importantes consequências, porque pesquisas anteriores mostraram que o cenário piramidal poderia estar na origem da maioria das luas do sistema solar.

As simulações revelaram que certas colisões quase frontais resultavam em objetos achatados na linha equatorial, semelhantes a raviolis, como Pan e Atlas. Fusões envolvendo ângulos de impacto ligeiramente mais oblíquos resultavam em formas alongadas, como Prometeu.

As simulações revelaram também que este ambiente torna as colisões frontais mais frequentes.

Descobrimos que 20 a 50% das pequenas Luas devem exibir uma forma achatada ou alongada, enquanto o restante deve ter mais formas aleatórias. E este é realmente o caso. Considerando as seis Luas internas Pan, Atlas, Prometeu, Pandora, Janus e Epimeteu, as três primeiras exibem essas características, enquanto as outras têm formas aleatórias.

Concluiu Adrien Leleu, responsável da equipa de investigação.

Sobre este tema, foi publicado um artigo sobre a investigação na revista científica Nature Astronomy.

Arquivado na categoria: Curiosidades


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