60% dos bebés portugueses mamam, pelo menos, até aos 6 meses
Segundo um estudo europeu, Portugal é dos países em que o período de amamentação é mais longo. Sendo superior a países como França, Grécia e Reino Unido. O objetivo foi avaliar qual o peso da amamentação e da introdução precoce de alimentos na dieta da criança, relativamente à obesidade infantil.
Dados reveladores
O estudo, que teve a cooperação do projeto europeu HabEat, do qual fazem parte vários outros projetos: Geração XXI em Portugal, ALSPAC no Reino Unido, EDEN em França e EuroPrevall na Grécia, acompanha o desenvolvimento de crianças desde o seu nascimento.
Os estudos indicam que apenas 6,4 % das crianças começa a ingerir alimentos, que não o leite materno, antes dos quatro meses. Bastante positivo quando comparado com a França em que a percentagem é de 29,1% e no Reino Unido é de 72,3%. Sendo que, no Reino Unido apenas 35% das crianças consomem leite materno depois dos 6 meses de idade, e na França o valor é equivalente a 26%, mas mesmo assim ainda superior aos valores apurados pela Grécia que se ficam pelos 23%. Dados provenientes da Unidade de Investigação em Epidemiologia do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, também envolvido na investigação.
Diferentes conclusões
Em Portugal, o valor é cerca de 60% das crianças. Estas são amamentadas até aos 6 meses, pelo menos. As crianças francesas que consumiram outros alimentos antes dos quatro meses apresentam maior acumulação de gordura aos cinco anos, mas o mesmo não se observou em crianças de outros países. As crianças do Reino Unido, que iniciaram outro tipo de alimentação antes dos 6 meses, apresentam um maior crescimento. Esse desenvolvimento mais acelerado pode ter a ver com a introdução de formulas proteicas como substituição do leite materno, o que pode levar, mais tarde, a obesidade.
Para conseguir este estudo, foram avaliados os tipos de alimentação infantil até aos primeiros 4/5 anos de vida, tal como o peso, a altura, o índice de massa corporal e a quantidade de massa gorda das crianças.
Assim, depois de todos os estudos ficou concluído que não se pode afirmar que o fato de ser introduzido outro tipo de alimento que não o leite materno, na dieta dos bebés, é fator influente no desenvolvimento de obesidade infantil, bem como na estatura, ou maior quantidade de massa gorda. Sendo que, possivelmente existem outros fatores que sejam mais relevantes nos elevados números de obesidade infantil.
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