Cancro da mama relacionado com uso de contracetivos hormonais
Um estudo recente traz novamente à tona a relação da toma de anticoncecionais orais com o risco de aumento do número de casos de cancro da mama.
Um novo estudo efetuado pela Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, volta a relacionar o risco de aumento do número de casos de cancro da mama com a toma de anticoncecionais orais.
A ligação existente entre estes dois fatores não é recente, mas com o surgimento no mercado de novos anticoncecionais, com composições ligeiramente diferentes, fez com que o assunto ficasse “adormecido”.
Agora, este estudo, publicado no The New England Journal of Medicine vem mostrar que a possível ligação continua, mesmo com os novos anticoncecionais, que mesmo estes mais recentes podem aumentar o risco de cancro da mama.
Os dados foram claros e conclusivos
Através de dados recolhidos de, aproximadamente, 1,8 milhões de mulheres dinamarquesas, com idades compreendidas entre os 15 e os 50 anos, as mulheres que usam contraceção hormonal, seja oral, anel vaginal, implante ou dispositivo intrauterino, correm um maior risco de contrair cancro da mama comparativamente com as mulheres que não usam estes tipos de anticoncecionais.
Um dos fatores em causa é a duração do uso do contracetivo. Se for por menos de um ano, os riscos são pequenos, são de 9%, mas se o tempo de utilização for alargado a mais de dez anos, o risco sobe para os 38%.
Um aspeto curioso é que, para as mulheres que usaram este método por cinco anos, surgiu um pequeno, mas mesmo assim significativo, risco que permaneceu após a interrupção.
Contudo, existem outros fatores também a considerar. A idade da mulher, bem como o seu histórico familiar influenciam todo este estudo. Gravidez e fatores hereditários têm grande influência.
Contracetivo oral
Mas, no reverso da medalha estão os benefícios que os contracetivos podem ter, mas só os orais. Estes podem ajudar a não desenvolver outras doenças que tendem a aparecer mais tarde na mulher como é o caso do cancro de ovário.
Além de fornecerem um meio eficaz de contraceção e poderem beneficiar as mulheres com dismenorreia ou menorragia, o uso de contracetivos orais está associado a reduções substanciais nos riscos de cancro de ovário, endométrio e colorretal mais tarde na vida
disse David Hunter, professor de Epidemiologia da Universidade de Oxford em relação ao assunto.
O aumento do risco de cancro da mama em 38% parece um valor assustador, mas é importante ter em conta que este tipo de cancro é dos mais frequentes na mulher em relação a outros tipos de cancro. É ainda importante não esquecer que este é pouco frequente em mulheres jovens.
Não se esqueça, o importante é estar bem informada (uma vez que este artigo é especialmente dirigido às mulheres) e sobretudo não desvalorizar qualquer sintoma e visitar o seu medico com regularidade.
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