O deserto Sara está a expandir-se
Dois estudos publicados recentemente ilustram as mudanças que o planeta Terra tem sofrido neste início da era Antropocénica. As investigações revelam que o deserto Saara está a expandir-se, ao passo que o manto de gelo da Gronelândia Ocidental está a derreter a um ritmo preocupante.
Que se passa com o nosso planeta?
Deserto do Sara cresce
Segundo um estudo publicado no Journal Of Climate, baseado na análise de mais de noventa anos de dados de precipitação para a região, o deserto Saara é atualmente 10% maior do que era há 98 anos.
Sumant Nigam, professor e investigador da Universidade de Maryland, afirma que os desertos “formam-se, geralmente, nos subtrópicos, por causa da célula de Hadley, segundo a qual o ar sobe no Equador e desce nos subtrópicos”. O investigador acredita que é possível que esta circulação seja ampliada pela mudança climática, causando o avanço dos desertos subtropicais para norte.
Ming Cai, com a (representante da) National Science Foundation, financiadora da investigação, revela que “as tendências, em África, de verões quentes aumentarem e épocas chuvosas escassearem estão ligados a fatores que incluem o aumento de gases de efeito de estufa e aerossóis na atmosfera”. Acrescenta que essas tendências têm um efeito devastador na vida dos africanos que dependem da agricultura.
Manto de gelo na Gronelância diminui
A expansão do Sara não é o único motivo de preocupação. Do outro lado do globo, os mesmos fatores são responsáveis pela fusão do manto de gelo da Gronelândia Ocidental. Os cientistas alegam ser a taxa mais alta dos últimos 450 anos. Este degelo viu-se acelerado há cerca de vinte anos, constata o professor assistente de ciências da terra em Dartmouth e principal cientista do projeto, Erich Osterberg.
Foram usados núcleos de gelo que datam aproximadamente o ano de 1550, que foram comparados com taxas atuais da diminuição da camada de gelo. Há esperança, a curto prazo, de que a fusão possa diminuir, no entanto, Osterberg prevê que, a longo prazo, o cenário não seja assim tão positivo. Isto pode implicar o aumento do nível das águas do mar, resultado da emissão dos gases de efeito de estufa.
Estes dois estudos distintos espelham uma mesma realidade pouco consoladora, cujo rumo só pode ser acertado por nós.
A investigação da camada de gelo foi publicada na Geophysical Research Letters.
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