Sexting: meninas de sete anos em vídeos explícitos online | Pplware Kids

Relatório alerta para aumento de vídeos com crianças nuas

É um caso que as autoridades devem ter em consideração mas parte muito também das empresas que “controlam” a Internet no mundo.

O relatório da Internet Watch Foundation e da Microsoft revela crianças cada vez mais jovens, que aparecem nas imagens e vídeos, nuas na Web, incluindo o material sexualmente explícito. O estudo aponta ainda para uma maior percentagem de meninas exibidas.

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Sexting é um termo que apareceu há poucos anos e que deriva da contracção de sex e texting, palavra que é um anglicismo que pretende identificar um comportamento onde conteúdos eróticos e sensuais são difundidos através dos telemóveis. Esta prática, que começou inicialmente com recurso as mensagens de texto, os SMS, está agora a tomar novas proporções, dado o avanço tecnológico e o material usado passou a ser fotografias e vídeos. Esta prática está a ter um grande impacto nefasto, principalmente, na vida dos adolescentes.

Este termo, sexting, pode ser entendido também pelo envio e divulgação de conteúdos eróticos, sensuais e sexuais com imagens pessoais pela Internet utilizando-se de qualquer meio electrónico, como câmaras fotográficas digitais, webcams e smartphones.

O grupo de segurança online, a Internet Watch Foundation (IWF) e a Microsoft, trabalharam juntas numa nova pesquisa que identificou cerca de 4 mil imagens e vídeos onde eram exibidos conteúdos com crianças nuas. Este trabalho, levado a cabo durante 3 meses no Outono passado, revelou que destas 4 mil imagens, 667 (17,5%) eram de crianças que tinham cerca de 15 anos ou ainda mais jovens e, daquelas, conseguiram perceber que 286 crianças teriam menos de 10 anos.

A pesquisa mostrou ainda que a esmagadora maioria do conteúdo, 93%, tinha meninas em vez de meninos. Num vídeo descrito no relatório estava uma menina com cerca de sete anos que foi fortemente maquilhada e vestida com roupas íntimas para se expor. Este vídeo tem uma frase dita pela menina: a minha mamã poderá ver isto e ficar preocupada, já sabes, apaga a minha conta. Outro vídeo de actos “extremamente sexualmente explícitos” contou com uma menina de cerca de 12.

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Segundo o relatório, nalguns casos ficou bem claro que as crianças visadas tinham conhecimento que o conteúdo, que elas estavam a criar, iriam ser mostrados em sites públicos, contudo, um porta-voz da IWF disse que, nalguns casos, o material foi gravado secretamente em serviços de chamadas de vídeo da Internet e, em seguida, publicados por terceiros.

Há vários exemplos que foram desvendados e cada um mais preocupante que outros, como num outro vídeo que o relatório descreve a situação de uma menina de 10 anos que “claramente chora e está extremamente aflita” enquanto repetidamente abana com a cabeça para um indivíduo desconhecido, que fala com ela via Internet, antes de se despir.

Este caso mostra uma realidade aterradora onde sai à cena o termo sextortion (extorsão sexual), onde uma criança é vítima de chantagem com base em conteúdos sexuais que elas têm partilhado com o chantagista. Ela ameaça mostrar publicamente essas imagens se a criança se recusar a fazer mais conteúdos sexuais.

O relatório mostra de facto uma realidade atroz. Nove em cada 10 dos vídeos explícitos (e das imagens) foram criadas recorrendo a uma webcam, geralmente num computador doméstico, contrariando a visão tradicional deste tipo de actividade que tinha nos telemóveis a fonte de captura. A análise aos dispositivos utilizados para criar o conteúdo descreve que as crianças com 15 anos ou menos, cerca de 573 (85,9% do número total), captou as imagens com uma webcam.

O problema realmente preocupante é o número de crianças muito jovens, que estão a ser coagidas a fornecer material que terminará por certo nas mãos de criminosos sexuais.

Claire Lilley, chefe de segurança on-line criança no NSPCC

Como pode ser lido no relatório, muitas destas crianças estão em idade escolar primária e são forçadas a cometer actos que no final são mais graves que o abuso sexual.  Este comportamento está a ser manipulado por adultos que coagem as crianças para fazerem actos que elas próprias sentem serem extremamente angustiante. São situações horríveis para os jovens vítimas que ficam assustados e perplexos com o que está a acontecer.

Para proteger as crianças terá de haver mais investimento no combate a estes crimes, mais empenho das agências de combate ao crime e capacitar os agentes com as mais recentes tecnologias. Só num conjunto e bem articulado processo é que haverá uma possibilidade de acabar com este flagelo que cresce exponencialmente todos os anos.

[Via]

Arquivado na categoria: Segurança


3 Comentários

  1. Boas a todos,
    O tema e a situação que descreve o artigo, mostra o quanto os meios de comunicação (Internet, etc…) podem ser utilizados para nos informar ou abusar sem responsabilidade das liberdades conquistadas.
    Ao termo Sexting, a internet e um campo livre e deve continuar sendo. O que não é possível e que os responsáveis por esses jovens adolescentes que postam mensagens, vídeos e etc… tapem os olhos e fingem nada á ver ou ter com eles.
    Como acontece sempre com os “Analfabetos Políticos”.

  2. o pplware kids e um site ou seccao para crianças ou sobre crianças pk isto nao me parece que seja apropriado quer dizer podem e devem alertar para estas coisas mas nao e com um artigo deste tamanho

    • CS, obrigada pelo seu comentário.

      O Pplware Kids é um canal para todos de todas as idades, para as crianças, pais, avós… Há alertas que devem ser deixados com toda a informação necessária. Neste caso, para que educadores estejam atentos aos perigos que as crianças correm.

      Poderá ver que temos também artigos de alerta mais ligeiros, dirigidos aos mais novos, com linguagem mais acessível.

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