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O que aconteceu com a atmosfera original de Marte?

Marte tem um grande mistério enterrado na sua vida: como é que passou do planeta coberto de água que era à milhões de anos, para o árido planeta vermelho dos dias de hoje? Os cientistas estão próximos de encontrar a resposta a este problema.

Foi realizada uma nova análise ao maior depósito conhecido de minerais carbonatos em Marte. Tal pesquisa sugeriu que a atmosfera marciana já deve ter perdido a maioria do dióxido de carbono que continha na altura em que se formaram as redes de vales.

NASA/JPL-Caltech/JHUAPL/Univ. of Arizona

Créditos: NASA/JPL-Caltech/JHUAPL/Univ. of Arizona


“O maior depósito de materiais carbonatados em Marte tem, no máximo, duas vezes mais carbono do que a atual atmosfera de Marte. Mesmo combinando todos os reservatórios de carbono conhecidos, a quantidade de carbono não chega a estar perto o suficiente para sequestrar a espessa atmosfera que foi proposta para quando existiam rios fluindo na superfície marciana.”

– Bethany Ehlmann do Instituto de de Tecnologia da Califórnia e Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa

A maioria da atmosfera marciana é composta por dióxido de carbono. Esse gás pode ser “puxado” para fora do ar ou então pode ser absorvido pelo solo através de reações químicas com as rochas, formando os minerais carbonatados. Anos antes de se começarem as missões a Marte, diversos cientistas esperavam encontrar grandes depósitos de materiais carbonatados em Marte, com a maioria do carbono da original atmosfera. Em vez disso, essas missões têm mostrado que existem poucas concentrações de carbono distribuídas largamente pelo planeta.

Superfície marciana

Superfície marciana. Créditos: NASA

Christopher Edwards, antigo pesquisador da Caltech, publicou os resultados da análise num relatório publicado online pelo jornal Geology. A estimativa de carbono que está “preso” num depósito localizado no Nili Fossae deve-se a diversas observações efetuadas por várias sondas, telescópios e outros aparelhos.

Edwards e Ehlmann comparam  os valores de carbono armazenado no Nili Fossae com o que seria necessário para reconstituir a densa atmosfera inicial de Marte na altura da formação dos vales e rios. De acordo com as suas estimativas, seria necessária mais do que 35 vezes a quantidade de carbono examinada no Nili Fossae. Os cientistas consideram improvável que tantos depósitos de tal tamanho tenham sido negligenciados durante as suas pesquisas em redor do planeta. Mesmo que existam depósitos ainda mais antigos enterrados em locais mais profundos de Marte, eles não iriam ajudar a resolver este enigma.

A atmosfera moderna de Marte é demasiado ténue para a existência de água líquida à sua superfície. A atmosfera densa anteriormente existente em Marte, conseguia fazer com que a água não se evaporasse imediatamente. Talvez também tenha permitido que certos locais do planeta tenham sido quentes o suficiente para manter a água no estado líquido. Mas se a atmosfera já foi espessa, o que é que aconteceu? Uma possível explicação diz que Marte tinha uma atmosfera muito densa durante o período da formação dos rios e que, de seguida, perdeu a maior parte do carbono para o espaço através da parte superior da atmosfera, ao invés de se imiscuir nas rochas.

Sonda MAVEN. Créditos: NASA/GSFC

Sonda MAVEN. Créditos: NASA/GSFC

“Talvez a atmosfera não era tão espessa na altura da formação da rede de vales e rios. Em vez de Marte estar húmido e molhado, talvez fosse frio e húmido com uma atmosfera que já havia diminuído. Quem temperatura seria necessária para que os vales se tenham formado? Não muita. Na maioria dos locais, poderia ter existido neve e gelo em vez de chuva. Apenas é necessária pouca variação acima do ponto de congelamento para obter água líquida, fluindo ocasionalmente, e isso não requer uma atmosfera muito espessa.”

– Christopher Edwards

A missão Curiosity, da NASA, descobriu evidências da perda de uma parte superior da atmosfera, com base na proporção entre carbono pesado para carbono leve da moderna atmosfera de Marte. A incerteza sobre o quanto dessa perda ocorreu antes da formação da rede de vales mantém-se; muito pode ter acontecido mais cedo. Desde 2014, a sonda MAVEN da Nasa tem examinado a atmosfera exterior de Marte. Tal poderá ajudar a reduzir a incerteza. Vários cientistas estão a trabalhar nesta questão.

Fonte: ScienceDaily

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