Foram descobertos 44 novos exoplanetas – incluindo 16 do tamanho da Terra
Uma equipa internacional de astrónomos, usando dados dos telescópios espaciais Kepler, da Agência Espacial Europeia (ESA), da NASA, e de outros telescópios terrestres, confirmaram 44 exoplanetas.
Foram desenvolvidas novas técnicas para validar a descoberta que acelera bastante a confirmação de mais candidatos a planetas extrasolares.
A descoberta de novos exoplanetas ajuda os astrónomos a entender melhor a formação e a própria existência destes mundos fora do sistema solar, além de ajudar também a explicar a formação de sistemas planetários como o nosso sistema solar.
Normalmente, estas descobertas são feitas aos poucos. Números grandes no anúncio de exoplanetas geralmente significam que foram encontrados possíveis candidatos a exoplanetas – e não exoplanetas confirmados. Por isso, quando 44 exoplanetas são anunciados e confirmados de uma só vez, esta é uma notícia bastante importante para a comunidade científica.
Este foi exatamente o que aconteceu na semana passada, quando investigadores da Universidade de Tóquio, no Japão, confirmaram a existência destes novos mundos.
Os cientistas além de melhorar os modelos de sistemas solares como o nosso, poderão levar a que novas descobertas ajudem a comunidade de astrónomos a investigar as atmosferas dos exoplanetas.
As novas técnicas desenvolvidas para validar a descoberta poderiam também acelerar imensamente a confirmação de mais candidatos a planetas fora do nosso sistema solar.
Estes novos planetas foram encontrados através de uma análise de dados da agência espacial norte-americana Kepler, dos telescópios espaciais Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA) e de telescópios terrestres nos Estados Unidos.
Uma equipa internacional de astrónomos reuniu os dados que, além de confirmar a existência dos 44 exoplanetas, possibilitaram que vários detalhes sobre eles fossem revelados.
A imagem abaixo mostra os 44 planetas, o seu tamanho estimado, as suas órbitas e a temperatura das suas superfícies:
Segundo John Livingston, o autor principal do estudo, os planetas recém-descobertos possuem características bastante surpreendentes. Quatro deles, por exemplo, orbitam as suas estrelas em menos de 24 horas, o que significa que, nestes mundos, um ano é mais curto do que um dia na Terra.
Estes quatro contribuem para uma lista pequena, mas crescente, de planetas com “período ultracurto”. Os cientistas costumavam pensar que este tipo de planeta era raro, mas com as recentes descobertas, esta impressão estava aparentemente equivocada.
Outras descoberta comemorada pelos cientistas foi o facto das observações terem encontrado planetas pequenos, quase no limite do que é possível ver.
Dezesseis estavam na mesma classe de tamanho que a Terra, um em particular revelou-se extremamente pequeno – mais ou menos do tamanho de Vênus – o que foi uma boa confirmação, já que está perto do limite do que é possível detetar.
Aponta Livingston num comunicado à imprensa publicado no portal Science Daily.
Os planetas observados são conhecidos como planetas em trânsito, porque as suas órbitas colocam-nos na frente das suas estrelas hospedeiras, reduzindo ligeiramente o seu brilho. Contudo, outros fenómenos astrofísicos podem causar sinais semelhantes, o que levou a elaborar observações de acompanhamento e análises estatísticas detalhada, tudo para confirmar a natureza planetária desses sinais.
Como parte do seu trabalho de doutorado, Livingston viajou para o observatório de Kitt Peak, no estado americano do Arizona, para obter dados de um tipo especial de câmara, conhecido como interferómetro speckle instalado num grande telescópio.
Estas observações, juntamente com as observações de acompanhamento de um telescópio no estado do Texas, foram necessárias para caracterizar as estrelas hospedeiras e excluir os falsos positivos.
A combinação de análises detalhadas de dados desses telescópios terrestres, K2 e Gaia, permitiu a determinação precisa dos tamanhos e temperaturas dos planetas. As descobertas da equipa incluem 27 candidatos adicionais que provavelmente serão planetas reais, que serão objeto de investigações futuras.
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