Criado campo magnético artificial tão forte que explodiu as portas do laboratório | Pplware Kids

Criado campo magnético artificial tão forte que explodiu as portas do laboratório

Investigadores japoneses criaram um íman super-forte que literalmente arrancou as portas de um laboratório de Tóquio.

Este eletroíman criou um dos campos magnéticos mais intensos já gerados na Terra. As imagens do vídeo são impressionantes.


1200 teslas de potência

Cientistas de um laboratório em Tóquio, criaram um poderoso íman que nunca antes foi conseguido, pelo menos nestes moldes.

No dia a dia, as pessoas, algumas, são confrontadas com poderosos ímanes em equipamentos como máquinas de ressonância magnética, onde a “potência” destas máquinas (as mais avançadas) chegam a 3 teslas (tesla é uma medida de intensidade magnética).

O campo magnético gerado pelo investigador japonês Shojiro Takeyama da Universidade de Tóquio e os seus colegas, no entanto, atingiu recentemente uma força de 1200 teslas.

Este foi um momento de grande avanço porque ultrapassa a marca de 1000 teslas e resulta num esforço de engenharia que remonta à década de 1970.

 

Como conseguiram chegar a essa intensidade?

Takeyama e a sua equipa bombearam megajoules de energia numa bobina eletromagnética pequena e precisamente projetada, a 5 quilómetros por segundo.

Ao entrar em colapso, o campo magnético no interior da bobina é “espremido” num espaço cada vez mais apertado, até que a sua força atinge o pico antes da bobina se destruir completamente. Vamos ver no vídeo a reação:

 

Poderosos Campos magnéticos

Na história poucos foram os ímanes que conseguiram estes valores. Em alguns testes realizados entre 1960 e 2001, investigadores russos e americanos detonaram explosivos em volta de eletroímanes para criar breves e poderosos campos magnéticos de até 2.800 teslas.

Não se pode conduzir estas experiências em laboratórios internos, então geralmente produzem tudo ao ar livre, na Sibéria [Rússia] ou em algum lugar amplo em Los Alamos [Novo México, EUA]. Eles tentam também fazer uma medição científica, mas por causa dessas condições é muito difícil fazer medições precisas.

Explica Takeyam sobre esta decisão da sua equipa.

Outra forma de gerar campos magnéticos super poderosos é utilizar lasers. Contudo, os campos gerados são minúsculos até mesmo para os padrões da física, tornando-os similarmente problemáticos para os tipos de experiências nos quais o laboratório da Universidade de Tóquio está interessado.

 

Qual é o objetivo destas experiências?

O objetivo de construir um íman tão forte é ter a possibilidade de estudar propriedades físicas ocultas dos eletrões, inacessíveis em circunstâncias normais.

A equipa de investigadores pretende colocar diferentes materiais dentro do seu dispositivo, para estudar como os seus eletrões se comportam.

Sob essas condições extremas, os modelos convencionais não se aguentam. Takeyama não sabe exatamente o que acontecerá com os eletrões em situações tão extraordinárias, mas estudá-los nos momentos imediatamente anteriores à autodestruição da bobina deve revelar propriedades normalmente invisíveis à ciência.

Os campos magnéticos extremamente poderosos também têm possíveis aplicações na engenharia de fusão. Por exemplo, para manter o plasma quente de uma reação de fusão contida, longe das paredes dos contentores.

 

O que poderá vir num futuro próximo?

O dispositivo não é tão destrutivo em comparação com as experiências explosivas da Sibéria e de Los Alamos. Ainda assim, toda vez que o íman é usado, Takeyama e a sua equipa tem um longo e trabalhoso processo de limpeza e reparações.

A equipa deve fabricar uma nova bobina magnética em dimensões super precisas para cada experiência. O tempo típico de espera entre os testes é de dois a cinco meses.

Mais para a frente, Takeyama espera aumentar o poder da sua máquina, eventualmente alcançando a marca de 5 megajoules e 1800 teslas. Mas parece não haver pressa.

Primeiro, os cientistas querem explorar o máximo possível o que podem aprender na faixa de 1200 teslas. Depois, há o problema da segurança à medida que as energias envolvidas aumentam. Por enquanto, a equipa apenas reforçou as portas do seu laboratório.

Um artigo sobre a experiência foi publicado na revista científica Review of Scientific Instruments.

Arquivado na categoria: Curiosidades


1 Comentário

  1. Muito interessante!
    Mais artigos deste são sempre bem vindos! 🙂

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